terça-feira, 1 de setembro de 2009

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Te encontrei várias vezes no metrô de Viena, por acaso, um abraço e te ligo mais tarde . Não estava em lugar algum. Te deixei tantas várias vezes sentado naquele bar com a conta após desentendimentos políticos fóbicos amorosos literatomusicais, ou ivernos, por debaixo. Ou te achei esquecido nos bolsos dos casacos depois de um verão inteiro ou numa pedra solta, na qual de repente tropecei e machuquei o pé, não havia nada sob ela. Esperando nos consultórios dos dentistas. Marcando um encontro perto daquele monumento naquela praça perto daquela árvore junto a tal estação. Ou bêbado, desolado, me abraçando pela cintura por não conseguir se levantar. Passeando com o cachorro, vestido numa calça velhinha de pijama, debruçado sobre a avenida. Jogando as flores no chão, me esperando naquele small café em Berlim (Lou nos falou dele, Lou estava certo e nós estávamos completamente errados), o isqueiro, o maço sobre o livro fechado, o meu tempo inconsciente. Eu vim aqui e olhei. Contei cada achado e perdido do inventário do seu morto.

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