quarta-feira, 9 de setembro de 2009

cerrado

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Da página rasgada do caderno ao correio veio em quilômetros a apelação muda da leitura, o que lê em silêncio, de pé e assustado; e a outra que pergunta qual é a notícia do telegrama dessa vez. Uma foto, uma cobrança, um agradecimento, lembrete, despedida – os beijos enviados. Padece com o cálculo dos anos, com o almoço saindo e a falta de fome que vem com a náusea. O chão de cimento pintado do outro lado da linha da estrada. As xícaras e os pratos esmaltados, estremece as vidraças com os trovões. Abraço ambíguo. Odiar. Negaram-no portanto, tal árvore não é sua, aquela terra cheia de sol e solo onde eu cresceria diante do perfume forte das frutas amadurecendo, o cheiro da chuva vindo ou vinda do chão, formigueiros, a planta seca, o sacrifício vão da vida correndo na ficcionalidade que nos conta o tempo.

Um comentário:

  1. Bom... tomei a liberdade de olhar o seu blog também. Achei o texto aqui tão seco (literalmente ou não), essa mistura de fato e de sentimento que agente (eu) procura tanto. Gostei demais!

    Agradeço muito passar lá.
    Folha de árvore, sol e amigo são ótimos exemplos!
    Se você acha que deve, acompanhe, por favor.

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