sexta-feira, 30 de abril de 2010

noiva




11- Nota de aula: Desterro, degredo, exílio, ocasionado pelo pecado original.

12- Quando eu comecei a namorar o seu irmão, agora meu noivo, você já namorava Camila, aquela jornalista mal comida (perdoe-me a expressão, não achei outra, se ela é a sua mulher, ela não pode ser mal comida). Ela sempre me teve aquele nariz arrebitado de cachorro de pedigree, aquela cara enjoada, eu nunca entendi bem. Você, mesmo depois de ir morar com ela, nunca usou aliança nem tratou-a como esposa. Era sempre "minha namorada". O tempo passa. Quando vou me casar com o seu irmão ao modo que sua mãe sempre quis que os filhos casassem formalmente, Camila me acompanhou durante meu dia de noiva e só falamos de bobagens ilustradas nas revistas femininas. Camila ficou me olhando enquanto via a minha pele sedosa sendo coberta pelas camadas brancas do vestido de noiva.

13- Camila e Katyllene são muito parecidas, tanto em seus métodos quanto em sua maneira lânguida (deus, como eu odeio essa palavra) de prestar atenção nas coisas. Há suas diferenças. O pescoço de Camila cheira a rosas e nós duas usamos o mesmo hidratante em toda a pele depois do banho. Katyllene fede a merda, a sebo, sujeira, cebola, mijo, esgoto.

5 comentários:

  1. cada dia essa sequência fica mais interessante!
    aí vem a pergunta inevitável de resposta desnecessária: qual o teor de realidade documentada tem nesses fragmentos?

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  2. Coitada da Katyllene, também com esse nome...
    Languido tem algo a ver com lesma, mas é palavra importante, insubstituivel.
    Bjo.

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  3. Katyllene usa Kolene e namora um cara que toca na bateria da Gaviões da Fiel.

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