sexta-feira, 1 de abril de 2011

Cascalho (III)

Procurava por mulher? Sim, procurava por uma delas, a Amanda. A grávida que morrera há três dias. Daí passou a me odiar porque fui eu quem deu a notícia. Não comprou. Teve que ir ao cemitério atrás da igreja, a grama toda suja de areia e ver o nome da mulher, o jazigo da família, a lápide nova, e fazer um gesto dramático como cair com os joelhos no chão e chorar. Abrasivo. Te sirvo um café enquanto você ainda chora. Pergunta se não tem açúcar, te dou um pedaço de rapadura. Se parece com uma pedra, ou outra coisa dura sem coração algum.

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