terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Açúcar



Para o gosto das mortes mais jovens ou o cheiro de pescoços clandestinos, a que possa ser leite materno, Maria Antonieta, vício de beija-flor, ou o ópio, a doçura das cartas recebidas recentes, ou o beijo prolongado; para o gosto do adeus, chinesas trabalhadoras escravas que tecem seda com mãos nuas, dos canaviais percorridos de motocicleta ou da beterraba insossa da Rússia, o que faz escoar desconsolos, ilustra o doce da descoberta do agora, sendo o sabor tão distante das austeridades diárias, da existência da epilepsia e de outras doenças cruéis enviadas divinas, deixa, ao fim, o gosto do excesso na boca.

3 comentários: