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Até onde vai no fundo a terra do quintal?, pergunta o neto com uma das mãos ainda segurando a corda há tanto tempo firme do balaço. Explica o avô que sob a terra tem pedra e sob a pedra tem lava, que é pedra líquida e quente. Geografia, você vai aprender na escola. No futuro, o neto se lembrará da terra, da pedra, da lava, além de saber de outras coisas de carbono e cadarço amarrado; sem se lembrar especificamente daquela fala subterrânea do avô morto. Derreter uns restos de pesadelos que sobraram como pedra quente por dentro o dia todo, esvaziar os armários dos vestidos tristes que tinha a mãe. Lembrar-se-ia apenas da imagem idosa, parada perto da árvore, e de seu balanço hoje rompido, caminhando com cuidado para não tropeçar nas raízes que sobressaíam o solo e as folhas, recuando na direção do profundo.
Adoro seus desenhos! :)
ResponderExcluir*adoro essas cadeirinhas.
ResponderExcluirMuito bonito e triste.
ResponderExcluirSeus desnhos também me alegram muito. Este aí é bárbaro.
Cinema.
ResponderExcluirUma menina bonita, sensível e talentosa vai viver um Ano Novo muito feliz e produtivo.
ResponderExcluirBjo,
Selma.